23 March 2008

A uma espera infindável

Como acordar sem sofrimento?
Recomeçar sem horror?
O sono transportou-me àquele reino onde não existe vida
e eu quedo inerte sem paixão.
Como repetir, dia seguinte após dia seguinte,
a fábula inconclusa,suportar a semelhança
das coisas ásperas de amanhã com as coisas ásperas de hoje?
Como proteger-me das feridas que rasga em mim o acontecimento,
qualquer acontecimento que lembra a Terra e sua púrpurademente?

Ninguém responde, a vida é pétrea.

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