29 May 2010

sad day sad

hurricanes
the winter song
where you go
back in time
sleep
stay golden

just make a wish and everything comes true.
Except for the death of the ones you love.

26 May 2010

Às vezes penso como tudo terminou antes de começar. O que ficou por dizer. O que ficou por viver. Tudo. Penso como te sonhei, como te planeei, como te desejei. Entre sonhos e pequenos nadas construídos de raras realidades inventei-te só para mim. E amava-te. Tanto. Dizem que não se pode amar assim, que só se ama o que se conhece. E eu penso que talvez tenham razão. Porque eu conhecia-te. Conheço-te. Conheço cada parte, cada detalhe, cada recorte de ti. Melhor que tu te conheces e me conheces a mim.Às vezes penso que devia ter tentado. Tentado mais. Mais além, mais perto, mais dentro. Penso que também eu me perdi a meio caminho, entre os meus medos, os meus ses e os meus talvez. E os teus sinais, ora difusos ora confusos não trouxeram a luz que necessitava no meu obscuro caminho, aquele em que tacteava entre traumas e feridas mal saradas.Às vezes penso, muito, em tudo o teremos perdido por ter ambos desistido, por todas as dúvidas nos terem roubado as forças, mesmo antes de ter começado. Outras vezes penso que foi melhor assim.

25 May 2010

24 May 2010

A verdade, mais tola e mais simples, mais certa e mais secreta é que me fazes falta, esse vácuo, esse oco sem precisão ou contorno, sem nome ou lógica. Tu me fazes falta e me fazes carregar comigo uma ausência indefinível e perpétua, um esgar que é antes um tatear no vazio do que um estender de mão em direção a algo. Tu me fazes falta, me cavas um buraco, pões em meu rosto um borrão que não me desfigura, antes me torna um enigma para mim mesma. E venho me definindo e me reconfigurando ao redor disto: da tua falta, essa falta ampla e completa que toma o dia cada vez que me vem o teu nome, essa falta que abre uma fresta no tempo, que suspende os ruídos do mundo, que modifica a direção do vento e que toma o centro de mim e ao redor da qual eu brinco de ser uma outra, que eu inventei para parecer que continuei vivendo.

19 May 2010

*Foi um momento*

Foi um momento
O em que pousaste Sobre o meu braço,
Num movimento Mais de cansaço
Que pensamento, A tua mão
E a retiraste. Senti ou não?
Não sei. Mas lembro
E sinto ainda
Qualquer memória Fixa e corpórea
Onde pousaste A mão que teve
Qualquer sentido Incompreendido,
Mas tão de leve!...
Tudo isto é nada,
Mas numa estrada Como é a vida
Há uma coisa Incompreendida...
Sei eu se quando A tua mão
Senti pousando Sobre o meu braço,
E um pouco, um pouco,
No coração, Não houve um ritmo
Novo no espaço?
Como se tu, Sem o querer,
Em mim tocasses Para dizer
Qualquer mistério, Súbito e etéreo,
Que nem soubesses Que tinha ser.
Assim a brisa
Nos ramos diz
Sem o saber
Uma imprecisa
Coisa feliz.

17 May 2010

15 May 2010

au revoir desire

Baby tell me please Is this a dream
Spending the night with you
Beneath the cherry trees
Just make a wish and everything comes true
Out the windows of my bedroom
Through the backyards of our neighbors
But I didn't leave you waiting
There was endless concentration
Then the moon swept down to greet us
It was warm and made of flowers
Into vines that barely reached us
Climbing higher than forever
Baby help me please
In knowing this'Cause showing never tells
Was it just a breeze
Was it a kiss
Breathless exquisite chills

13 May 2010

Do random acts of kindness

Somos virtudes mas também defeitos. Somos memórias, vontades, ecos e silêncios. Somos Eus nem sempre nossos, construídos às vezes, a pulso, no tempo. Somos valores e desilusões. Somos surpresas, abraços, lágrimas e sorrisos. Somos diferentes. Somos iguais. Somos viagens, livros e conversas. Somos descobertas, dejasvus e coisas que nunca mudam. Somos poucos amigos mas valiosos. Somos amor, paixão e entrega, ombros e palavras. Somos dar e receber. Somos sensibilidade e desertos. Somos murros no estômago e agitar de asas de borboleta. Somos pouco sábios e Babilónias. Somos estúpidos vezes de mais. Somos crentes e precipícios. Somos dois e somos um só. Somos laços e estranhas curiosidades. Somos tempo dedicado, somos barcos e lugares. Somos ilhas e pontes, bocas e ouvidos. Somos mar. Somos anjos, sim, às vezes somos anjos.

09 May 2010

A M A R

Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o cru,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e
uma ave de rapina.

Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuido pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor,
e na secura nossa amar a água implícita,
e o beijo tácito, e a sede infinita.

08 May 2010

To resist

1. To strive to fend off or offset the actions, effects, or force of;
2. To remain firm against the actions, effects, or force of; withstand: a bacterium that resisted the antibiotic;
3. To keep from giving in to or enjoying;
4. To offer resistance.
How could we miss someone as dumb as this?