15 December 2007

Meto-me para dentro


Meto-me para dentro e fecho a janela.

Trazem o candeeiro e dão as boas-noites.

Oxalá a minha vida seja sempre isto:

O dia cheio de sol, ou tempestuoso

como se acabasse o mundo,

a tarde suave e os ranchos passam

fitados com interesse da janela,

o último olhar amigo dado ao sossego das árvores,

e depois fechada a janela, o candeeiro aceso,

sem ler nada nem pensar em nada, nem dormir,

sentir a vida correr por mim

como um rio por seu leito,

e lá fora um grande silêncio

como um Deus que dorme

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