30 June 2007
Cada palavra que escrevo
emociona-me e faz-me pensar.
Mas não escrevo porque
me emociono ou penso.
Escrevo tão só
porque em cada palavra há
pelo menos uma emoção
há pelo menos uma ideia
mesmo que eu não saiba
que emoção e que ideia são.
Escrevo afinal
porque me emociona
porque me faz pensar.
Não se escrevem emoções
não se escrevem pensamentos
escrevem-se apenas palavras.
Luís Ene
27 June 2007
Continuação de uma história...
Sim. Era ela. Serpenteando entre carros e charcos. Agora não tinha que apanhar nenhum avião, não teria que esperar por mais nada. Ali estava ela, tão perto do meu corpo, tão longe do meu pensar. Que faço? Vou. Não vou. Digo “Olá sou o Inácio”. Digo “Desculpe donde a conheço?”. Tento que pareça um incidente? Que faço? E então eu, no meio de carros e charcos, estendo meu braço, toco-lhe e eis que ela, também entre carros e charcos, se me dirige o olhar, num instante de intensa importância. Digo-lhe por fim: Senhora Belmonte permita-me que lhe entregue este envelope que o Sr. Inácio Rodrigues lhe escreveu. As palavras saíram-me assim sem mais nada, sem pensar, sem elaborar.
Ela mirou-me, seus olhos de régua e esquadro, e nem teve tempo de dizer nada, porque rapidamente tirei o envelope do sobretudo que nunca cheguei a despir e despedi-me com um aceno, serpenteando entre carros e charcos.
(Esta é a continuação de uma ideia/história que começou na Fotosfera, continuou no Downtown, seguido de Blogueio Mental. Quem a quiser seguir que deixei aqui a sua intenção)
Ela mirou-me, seus olhos de régua e esquadro, e nem teve tempo de dizer nada, porque rapidamente tirei o envelope do sobretudo que nunca cheguei a despir e despedi-me com um aceno, serpenteando entre carros e charcos.
(Esta é a continuação de uma ideia/história que começou na Fotosfera, continuou no Downtown, seguido de Blogueio Mental. Quem a quiser seguir que deixei aqui a sua intenção)
22 June 2007
Feliz de quem
- Não depende de ninguém
- Vive o presente, o aqui e agora dentro das limitações impostas
- Não se perde em divagações angustiantes que agravam sofrimentos, visões, perspectivas
- Gosta de si e não espera aprovação exterior para nada
- Olha o horizonte, o mar, ou o céu azul e nada mais pede que ir seguindo vivendo
- Vive o presente, o aqui e agora dentro das limitações impostas
- Não se perde em divagações angustiantes que agravam sofrimentos, visões, perspectivas
- Gosta de si e não espera aprovação exterior para nada
- Olha o horizonte, o mar, ou o céu azul e nada mais pede que ir seguindo vivendo
09 June 2007
os resíduos de um precurso
Há coisas interessantes sobre os precursos de vida. Tenha deixado de praticar a religião, de acreditar nas teorias, nas pessoas que fazem as teorias, nos actos que não transparecem as teorias, nos edíficios que simbolizam a fé, a verdade é que de vez em quando lembro-me de quando tinha fé. E apesar de hoje já não ter fé e ter só esperança, entrar num edifício religioso com música em coro emociona-me e dá-me paz.
Hoje depois de um jantar no Japonês e de um martini bianco no Bosque das Fadas, a caminho de casa, entrei por mero acaso numa celebração e senti-me por assim dizer - em paz. Como se nada importasse. Como se nada fosse significativo. Apenas estar ali, naquele momento.
Não me sentir, não sentir o mundo.
a lembrar Joan Osbourne e o seu
"What if God was one of us, just a stranger on the bus,
just trying to make his away home"
02 June 2007
welcome June
os braços estendidos como se entrasses na água
o corpo num arco de pedra tenso
simulando a casa onde me abrigo
do mortal brilho do meio-dia"
(Al Berto)
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