À Pão (a confiança) por me ter acompanhado pelo caminho da prosa e da poesia, pelas palavras inglesas nos telefonemas de horas, por sermos tão diferentes mas isso nos ter fortalecido e não enfraquecido, pela cultura e busca de um pensamento independente, não estandardizado, fora do quadrado e esteticamente útil! Miss you Jo, a capital ainda é longe para quem tem como medida o mundo, mas sinto que por mais longe e mais tempo que passe, para mim serás sempre a Pão, continuo a sentir que a confiança é mútua e que em qualquer momento da minha vida posso falar-te das raízes que me vais compreender nesse teu mundo sem relógios*
À Sonia (a profundidade) pela sua sensibilidade, profundidade, amadurecimento interior com quem tenho feito a estrada de uma amizade que cresce, pela coragem, humildade e espírito de luta que se deslumbra apesar dos momentos de desalento. Amiga, tudo o que é sólido tem bolinhas de ar lá dentro apesar de ser denso. E entre nós existe a profundidade das amizades que se re-encontram, com outra maturidade, outra abertura, outra flexibilidade. Temos crescido – muitas vezes da forma mais difícil, que é aquela através do sofrimento – mas tem valido a pena. Por vezes falamos do que nos vai mesmo cá dentro com tal detalhe que quase decompomos moléculas em protões, CERN, tu de volta das incubadoras de vez em quando a congelar os seres em vez de bulir lol é tão engraçado já virmos de tão longe, de termos visto a mesma realidade quando éramos tão pequenas ainda e hoje podermos falar nisso e perceber exactamente o porquê de sermos tudo aquilo que somos hoje. É um privilégio crescer contigo*
À Xana (o suporte) por todo o apoio e compreensão no aprofundamento da nossa malograda psique, pelo toque pessoal em cada presente, pela criatividade e lançamento de projectos manuais que potenciam a expansividade. E pensar que tudo começou com o crosstabs demais, só para te ver, Roberto Carlos e a estatística e o nosso gosto pela Bossa e por cantar em qualquer lugar, mesmo que esse lugar seja um comboio a caminho de Verona. E voilá, acabámos a faculdade e continuámos a prestar auxílio, suporte emocional, categoria amigo, a big boss na área a causar-te stress, eu a romper as solas atrás da bolota e esta nossa mania de querermos viver! Por fim acabar o dia a rir sem propósito nem razão e sentir o quão precioso é existir sempre uma tentativa de compreensão do iceberg, mesmo à distância de meia dúzia de palavras digitadas. Obrigada pela tua amizade*
À Paulinha (a originalidade) por ter sido o bem mais precioso da minha temporada em Roma 2002/2003, pela doçura, carinho, pelas palavras bem escritas e bem faladas que me tocam sempre tanto, pelo gosto pela cultura e pela arte, em especial a escrita e a música. Lady Garbo que em tempos dizia que as batatas eram inestéticas, um dia calçaste as minhas botas de salto alto e só nos riamos no meu quarto em Roma, e naquele tempo ainda o leite condensado à colher! No futuro espero ver-te com o subtítulo real Lady ao lado de um riuvo britânico a passear no Kesington Park, com o guarda roupa exclusivo e isento de brands e o pensamento sempre sensível e analítico e assunto sempre interessante enquanto se caminha pelas cidades do mundo a disparar flashes. You're an inspiration within our generation* Surpreende-me sempre e emociona-me as palavras ternas e doces que escolhes para me fazer chegar, que me fazem sentir verdadeiramente especial e me fazem sentir-te uma pessoa especial.
À Mariana (a partilha) pelo tudo que nem consigo quantificar, à beleza e a fortuna de uma amizade assim, pura, sincera, one-to-one, de partilha intensa, de sentimento desinteressado e profundo, de raíz de árvore, por toda a música e poesia que trouxe até mim, por toda a música e poesia que fez brotar de mim, por me fazer acreditar em mim e no mundo, por me abrir as veias com violência quando quase me sufoquei no pó do buraco negro em que deixei afundar (quando a vida é tanta) por termos crescido em conjunto, por termos eclodido como os vulcões no mesmo momento, por não termos perdido a esperança. Ma petit Mary Ann, sabes que para ti as palavras estão gastas, desde a nossa adição a sms’, pandas, baús, significados, partilhar, partilhar, partilhar, intensamente, tudo, sem reservas, sem limites, sem margens, és o meu Sol, e depois os bons momentos, aqueles em que eu cresço e sorrio e existe aquele abraço, aquela compreensão, aquele chão* Todas as palavras do mundo são-te pequenas perante o carinho que te tenho e as saudades que, sozinhas, esvaziam todo o sal do mar. Gosto de ti sem mais nada*
À Sílvia (a boa disposição) pela espontaneidade, positivismo e alegria que sempre trouxe à minha vida, como poderei falar do teu nome sem imediatamente sorrir? Nós naqueles hotéis do submundo a rirmo-nos q nem doidas para não enlouquecer, a rirmo-nos até doer a barriga porque viver é afinal tão bom e quase parece fácil ao teu lado, nós a terminar o liceu, tão diferentes mas cultivando sempre a nossa planta da amizade. Já há 3 anos que os kms que nos separam são tantos, os telefonemas que me ajudaram tanto quando estive em Barcelona, a experiência que sempre me passaste, do mundo, das pessoas, das coisas, és uma pessoa cheia de luz*
À Ana Maria pelo sentido prático e amizade simples e sincera, ao Bruno pelo longo caminho que percorremos no passado imbuído de muita cumplicidade, à Sony pela transmissão cultural, pela exponenciação do meu intelecto, pelos valores partilhados e à Fátima pela maturidade e pacifismo e presença intermitente mas coesa.
Pessoas têm mãos, que formam estrelas, que podem ter paz, que podem dar paz, que podem trazer humanidade, que nos podem fazer acreditar que a amizade é dos sentimentos mais puros e desinteressados e deve ser mantida assim. Cheers*