19 August 2009

"No creprúsculo, quando a noite se aproxima, o voo dos pássaros fica diferente. Em nada se parece com o seu voo pela manhã. Já observaram o voo dos pássaros ao fim do dia? Voltam para casa, para o ninho. As aves, ao crepúsculo, são simples. Simplicidade é isso: quando o coração busca uma coisa só"

10 August 2009

O fado da procura

Procura a maravilha.
Onde um beijo sabe a barcos e bruma.
No brilho redondo e jovem dos joelhos.
Na noite inclinada de melancolia.
Procura.
Procura a maravilha.

(Eugénio de Andrade)

08 August 2009


O corpo não espera. Não. Por nós ou pelo amor. Este pousar de mãos, tão reticente e que interroga a sós a tépida secura acetinada, a que palpita por adivinhada em solitários movimentos vãos; este pousar em que não estamos nós, mas uma sêde, uma memória, tudo o que sabemos de tocar desnudo o corpo que não espera; este pousar que não conhece, nada vê, nem nada ousa temer no seu temor agudo... Tem tanta pressa o corpo! E já passou, quando um de nós ou quando o amor chegou.
Eu pronuncio teu nome nas noites escuras,
quando vêm os astros beber na lua
e dormem nas ramagens das frondes ocultas.
E eu me sinto oco de paixão e de música.
Louco relógio que canta mortas horas antigas.
Eu pronuncio teu nome, nesta noite escura,
e teu nome me soa mais distante que nunca.
Mais distante que todas as estrelas
e mais dolente que a mansa chuva.
Amar-te-ei como então alguma vez?
Que culpa tem meu coração?
Se a névoa se esfuma, que outra paixão me espera?
Será tranqüila e pura?
Se meus dedos pudessem desfolhar a lua!!

07 August 2009

Coming back from Turkey (via Madrid)

Alrededor de tu piel
ato y desato la mia